Nome científico: Oryctolagus
cuniculus
CARATERÍSTICAS
FÍSICAS:
O seu pelo é de uma cor pardo acinzentada terrosa, mais escura na
cabeça do que no dorso, à exceção do ventre e da parte externa das coxas que
são brancos. As orelhas, medindo entre 6,5 a 7,5 cm, são acinzentadas na metade
posterior (da mesma cor que o resto do corpo na parte anterior) e os pêlos do
bordo anterior são esbranquiçados. À volta dos olhos apresentam um círculo
claro mal definido. Os bigodes são castanhos e pouco compridos. A cauda é
cinzento acastanhada na parte de cima e branca por baixo, formando um pequeno
tufo com 4 a 6 cm. As patas posteriores são alongadas, podendo ter 8 a 9 cm, de
cor parda acinzentadas claras, apresentando uma risca branca larga. As unhas
são grandes e afiadas fundamentais na escavação de tocas e em situações de fuga.
Esta espécie não apresenta dimorfismo sexual, pelo que somente se
faz a distinção pela observação direta dos órgãos sexuais, embora as fêmeas
tendam a ser mais compridas e pesadas.
Em Portugal encontra-se em todas as regiões do continente, bem
como nos Açores e na Madeira, onde foi introduzido pelos navegadores
portugueses.
REGIME ALIMENTAR:
Pode-se dizer que os coelhos não são esquisitos no que toca à alimentação,
servindo-se daquilo que o meio lhe oferece (rebentos e outras partes tenras das
plantas, cereais enquanto estes não estão maduros). Quando a vegetação herbácea
escasseia, as raízes, rebentos e cascas de árvores são a base da alimentação.
HABITAT:
O habitat preferencial do coelho é aquele onde exista alimento em
quantidade suficiente e vegetação protetora. Tem preferência por zonas de
paisagem diversificada e fragmentada, com parcelas agrícolas, de pastagem, de
matos, que forneça alimento, abrigo contra as condições atmosféricas adversas e
predadores.
É bastante sociável vivendo em colónias (diminuindo o risco de
predação). Constrói tocas comunitárias com profundidade entre os 0,5 e os 1,50
metros, constituídas por numerosas e extensas galerias ligadas entre si com
várias entradas e saídas. A distribuição das tocas e das entradas e saídas está
relacionada com o tipo de solo, de relevo, da água, da presença de árvores, da
disponibilidade de alimento. Existe alguma preferência por locais com arbustos
mais altos e por zonas próximas de árvores pois as suas raízes favorecem a
agregação do solo, diminuindo a probabilidade das tocas ruírem.
REPRODUÇÃO:
Os coelhos têm tocas específicas para os partos (normalmente
situadas perto das tocas das colónias) a uma profundidade de 50 cm a 1 metro,
que são construídas cerca de dois dias antes do parto. A preparação destas
tocas é da responsabilidade da fêmea. No fundo destas tocas ela coloca ervas,
folhas secas e pelos que arranca do seu próprio ventre. As crias permanecem aí
durante 19 a 21 dias, passando então para as tocas de habitação das colónias.
Passado seis meses após o parto, os juvenis tornam-se adultos.
Em média as fêmeas realizam 3 a 5 partos por ano, e a ninhada pode
ser constituída por 1 a 7 láparos (que nascem cegos, surdos e sem pelo) com
cerca de 60 grama cada. Num ano normal, uma fêmea pode gerar, em média, 15 a 20
láparos.
O macho delimita o território da colónia e é responsável por
expulsar os intrusos. Um macho pode ter várias fêmeas (espécie poligâmica) e
têm a capacidade de poder reproduzir-se em qualquer altura do ano, caso ocorram
condições favoráveis de clima e alimentação. A taxa de reprodução máxima é
verificada nos meses de janeiro a maio e normalmente durante os meses de julho
e setembro não se reproduzem devido ao clima e falta de alimento.
CURIOSIDADES:
O coelho é um animal cauteloso, não se afastando muito dos trilhos
definidos e a vigilância é realizada por todos. Não vê bem em frente, mas a
audição é excelente bem como o olfato (daí os movimentos constantes do nariz).
É vulgar ver os coelhos em alerta, erguidos sobre as patas traseiras, com as
anteriores pendentes, e ao mais pequeno sinal de perigo, batem com as patas
traseiras no solo produzindo um som de alarme (os restantes membros da colónia
fogem para os abrigos mais próximos).
Costumam fazer também tocas de recurso mais ou menos dispersas
junto a locais de alimentação e locais de repouso ao ar livre, onde se estendem
ao sol, abrigados do vento e escondidos pela densa vegetação.
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