quinta-feira, 30 de agosto de 2012

RAPOSA PORTUGUESA

Nome científico: Vulpes vulpes

CARATERÍSTICAS FÍSICAS:

A raposa pode ser encontrada por todo o território de Portugal continental, apesar de ser um pouco difícil observar estes animais nas imediações das vilas e cidades.
Tem um focinho esguio, rematado por umas orelhas longas e pontiagudas, e uma cauda espessa e vistosa com cerca de 50 cm de comprimento. A pelagem é castanho-avermelhada, e as patas estão dotadas de garras não retráteis.
As raposas podem atingir cerca de 1 m de comprimento e pesar até 10 kg.


REGIME ALIMENTAR:

A raposa é um mamífero carnívoro. Pontualmente, e se a oportunidade surgir, torna-se necrófago, alimentando-se de carcaças de animais em decomposição. Os ovos também fazem as delícias das raposas, que procuram ninhos de aves silvestres no solo para comê- -los.
Podem percorrer e adaptar-se a novos territórios, desde que estes tenham comida em abundância. O facto de ser um predador muito astuto, torna também fácil a sua adaptação a qualquer tipo de floresta.
Comem fundamentalmente pequenos roedores, coelhos e aves. Chegam a ter cerca de 20 esconderijos de comida, conseguindo lembrar-se de todos eles. Nas zonas rurais, por vezes assalta os galinheiros, tendo o hábito de matar em excesso, o que lhe vale uma má fama entre essas comunidades. Vive normalmente em grupos, formado por um macho adulto e várias fêmeas.


HABITAT:

Muito embora tenham preferência por matas em mosaico, florestas, bosques e campos agrícolas, surgem também em ambientes urbanizados, sendo aí que atingem os picos de densidade nos habitats dominados pelo Homem.


REPRODUÇÃO:

A época de acasalamento ocorre em Janeiro/Fevereiro e os nascimentos verificam-se na Primavera, tendo a gestação uma duração de cerca de dois meses. A ninhada - uma por ano - é geralmente composta por 4 a 5 crias, que nascem cegas. Permanecem no covil durante as suas primeiras semanas de vida e só ao fim de um mês começam a espreitar o mundo exterior e a aventurarem-se nas primeiras saídas. As crias passam a comer alimentos sólidos a partir do início do Verão, altura em que o covil é abandonado, e a meados do Verão já se alimentam sozinhas na área defendida pelo casal. No início do Outono são já indistinguíveis dos adultos, e os juvenis começam a dispersar-se e a procurar os seus próprios territórios.
A raposa utiliza tocas escavadas e protegidas pela vegetação, construídas por ela própria ou aproveitando as de texugos ou coelhos. Vive um máximo de 9 anos.


CURIOSIDADES:

A raposa é um animal de hábitos noturnos, pelo que é relativamente fácil encontrá-la na beira das estradas ao anoitecer, embora, por ser muito fugidia, só se veja normalmente a sua cauda desaparecendo por entre a vegetação.
São animais muito resistentes e com grande capacidade de adaptação.
Foi introduzida em determinadas zonas do hemisfério Norte, como o Canadá e a América do Norte e, mais tarde, na Austrália e nas Ilhas Maldivas. Este fenómeno tem origens que remontam à história da caça, desporto muito popular e de raízes sólidas, que levou os colonizadores britânicos a implantarem esta espécie pelos domínios Australianos, com o intuito, também, de controlar as populações de pequenos mamíferos.
As raposas comunicam entre si recorrendo a sons, algumas expressões faciais e a marcas odoríferas que deixam no seu território (urina, fezes e secreções das suas glândulas).

PEGA-RABUDA

Nome científico: Pica pica


CARATERÍSTICAS FÍSICAS:

A pega-rabuda ou pega-rabilonga (Pica pica) é uma ave da família Corvidae (corvos), com um aspeto inconfundível.
Têm cerca de 45 cm de comprimento, e os marcados contrastes brancos e negros da sua plumagem quase dispensam uma descrição detalhada. A plumagem negra é muito brilhante podendo, conforme as condições de luz, transmitir tons de azul, violeta, bronze ou verde.
Não há diferenças de plumagem entre os sexos, mas a fêmea é um pouco mais pequena do que o macho.


REGIME ALIMENTAR:

Da Primavera até ao Outono, alimentam-se principalmente de insetos, que nunca chegam a faltar completamente mesmo no Inverno. Também exploram carcaças de animais mortos, caçam pequenos vertebrados, especialmente ratos-do-campo e atacam ninhos até ao tamanho das posturas dos faisões. Comem também grãos de cereais e outros alimentos vegetais. Alimentam-se essencialmente no chão ou saltitando entre ramos e arbustos. O hábito de armazenar comida excedente ter-lhe-á permitido adaptar-se e expandir-se a habitats aparentemente inóspitos. Apesar de se alimentar nos vários habitats que ocupa, parece preferir as zonas de pastoreio e zonas próximas de superfícies de água onde os invertebrados do solo são mais abundantes. No Inverno vasculham nas lixeiras quaisquer coisas que possam ser aproveitadas.


HABITAT:

São aves que podem ser encontradas numa grande variedade de habitats. Vivem principalmente em zonas agrícolas de caraterísticas diversas, como terrenos de cultura com arbustos e árvores ou pequenas matas nos campos, mas ocorrem mesmo em zonas suburbanas com parques ou jardins.

REPRODUÇÃO:

Na época de reprodução esta espécie tem comportamento territorial, tornando- -se bastante misteriosas e silenciosas. O casal de pegas vive em acasalamento permanente, mantendo-se na sua zona de nidificação se o Inverno não for muito rigoroso. Os ninhos que os casais de pegas-rabudas fazem ou renovam, nas árvores (em segunda opção constroem o ninho também em arbustos e no chão), todos os anos durante cerca de 40 dias, são muito distintos e resistentes.
O período de nidificação vai de abril a junho, a fêmea incuba normalmente 5-6 ovos durante 17 a 18 dias. As crias são depois alimentadas pelo macho e pela fêmea, duas a três vezes por hora. As primeiras penas nas crias aparecem ao oitavo dia de vida e com 14 dias já têm cauda. A permanência no ninho é de 22 a 27 dias.

CURIOSIDADES:

A sua reputação de ladra é pouco justificada, uma vez que ocorrências autênticas de cleptomania são extremamente raras, tendo sido no entanto reportados alguns casos de ninhos com objetos brilhantes, não necessariamente de prata, mas que nada têm a ver com alimento.
No Inverno pode formar bandos com muitas dezenas de indivíduos e efetuar alguns movimentos dispersivos.

LAGARTIXA-DO-MATO

Nome científico: Psammodromus algirus


CARATERÍSTICAS FÍSICAS:

Lagartixa de tamanho médio, podendo atingir os 30 centímetros de comprimento máximo. Cabeça alta e de aspeto robusto. As escamas dorsais são imbricadas, pontiagudas na extremidade e com uma quilha ou carena central bem evidente. A sua identificação também é fácil através do padrão de coloração, pelo menos nos exemplares mais típicos, em que o dorso é castanho, com duas linhas laterais esbranquiçadas que se juntam ao nível dos membros posteriores. A região ventral é normalmente esbranquiçada, com tons avermelhados ou alaranjados na parte posterior do corpo, em especial na zona de inserção da cauda.


REGIME ALIMENTAR:

 Alimenta-se principalmente de invertebrados de pequeno tamanho, entre os quais, aranhas, escaravelhos, gafanhotos e formigas.


HABITAT:

 Pode ocorrer numa grande diversidade de habitats, encontrando-se, em particular, associado a pinhais com solo arenoso e a locais com cobertura arbustiva mais ou menos densa.

REPRODUÇÃO:

A época de reprodução estende-se de abril a julho. O macho, com as suas melhores cores (das quais sobressai o vermelho), presta-se então aos jogos amorosos, nos quais abundam as corridas atrás das fêmeas e as pequenas dentadas, sobretudo nos membros, cabeça e cauda destas. Como consequência, muitas vezes a cauda das fêmeas acaba amputada. Após algumas perseguições, finalmente, com uma dentada no baixo-ventre, o macho imobiliza a sua eleita e consuma rapidamente a cópula. Normalmente a duração desta não se prolonga por mais do que alguns minutos. É uma espécie ovípara, podendo efetuar várias posturas (até três) por temporada.

CURIOSIDADES:

O período de atividade deste animal é sobretudo diurno, é extremamente ágil e possui notáveis capacidades trepadoras. Só se retira para o seu abrigo quando desaparecem os últimos raios solares. Sempre vigilantes, ao ouvirem um ruído estranho imobilizam-se completamente, podendo permanecer nessa posição durante algum tempo. Todavia, se nos aproximamos fogem a grande velocidade, refugiando-se nos matos ou trepando por arbustos e árvores.

GINETA

Nome científico: Genetta  genetta



CARATERÍSTICAS FÍSICAS:

Pelo seu aspeto exterior, a gineta assemelha-se a um gato grande de pelo amarelado a grisáceo salpicado de manchas negras no corpo e faixas transversais na cauda, que tem o pelo mais longo. O corpo pode chegar aos 55-60 centímetros, comprimento igual ou superior ao da cauda. A altura na cernelha é de 20 centímetros, e o peso oscila entre 1,2 e 2,5 quilogramas.


REGIME ALIMENTAR:

As ginetas são predadores noturnos que vivem e caçam de forma solitária, ainda que tolerem a presença de outros indivíduos da mesma espécie nas redondezas. Ocasionalmente, as fêmeas colaboram na caça com as suas crias mais desenvolvidas ou algum macho.
Alimentam-se de insetos, mamíferos pequenos, lagartos e aves; por vezes ingerem também frutos, em especial figos.
HABITAT:

Vivem tanto em bosques como em campo aberto, e trepam bastante bem. Adaptam-se com facilidade a todos os tipos de meios graças à sua reduzida especialização. São muito semelhantes aos miácidos, os primeiros carnívoros que apareceram no Eoceno e deram lugar a todos os grupos atuais. As povoações europeias parecem estar a desenvolver uma cada vez maior resistência ao frio.
REPRODUÇÃO:

As fêmeas parem 2 ou 3 crias por ninhada numa concavidade de uma árvore, e atingem a maioridade com um ano de idade. Em liberdade vivem cerca de 10 anos, mas em cativeiro chegam aos 20.


CURIOSIDADES:

A sua principal ameaça são algumas aves de rapina que procuram fazer da gineta a sua refeição.
No norte de África são frequentemente domesticadas nas zonas rurais, onde, tal como os gatos, livram as casas de pequenos animais.


BICHO-PAU


Nome científico: Ctenomorpha chronus

CARATERÍSTICAS FÍSICAS:

Os insetos da ordem Phasmatodea são popularmente denominados bicho-pau, por apresentarem uma incrível similaridade com fragmentos de madeira/pequenos ramos/folhagem.
Este animal adapta-se de forma brilhante ao universo da Natureza, valendo-se da camuflagem para passar despercebido a tudo e todos.
Sendo um animal inofensivo, ele defende-se das ameaças permanecendo muito tempo imobilizado no galho de um arbusto. Movimenta-se de forma muito lenta, procurando escapar aos seus predadores, especialmente as aves.
Quando adulto, os machos diferenciam-se das fêmeas por serem menores, mais finos e possuírem pequenas asas que lhe permitem realizar pequenos voos


REGIME ALIMENTAR:

O bicho-pau é um animal herbívoro, alimentando-se de ervas, folhagens e rebentos.


HABITAT:

O seu meio ambiente natural são bosques/florestas, nas quais são encontrados entre as folhas da vegetação local.


REPRODUÇÃO:

A reprodução destes animais pode ser sexuada ou assexuada. Um embrião é gerado sem que se recorra à fertilização.
O bicho-pau é um animal ovíparo; os seus ovos são lançados pela fêmea em várias direções, permitindo que os recém-nascidos possam espalhar-se por uma  mais vasta região e longe da progenitora.
Estes ovos são semelhantes a germes, posicionados casualmente na terra. As mães não escolhem intencionalmente os locais onde os colocam, largando-os  simplesmente na terra.
O desenvolvimento do novo ser é muito lento (100 a 150 dias). A partir deste momento o bicho-pau é denominado de ninfa e apresenta um aspeto físico similar ao do adulto. Logo depois da saída do ovo ele já ultrapassa o tamanho do casulo que lhe serviu de refúgio.

CURIOSIDADES:

Este animal produz uma substância leitosa e repulsiva, que afasta os predadores, e também apresenta o dom de restabelecer os membros eliminados.
O facto de se mover por oscilações, leva a que muitas vezes seja confundido com uma folha balançando ao vento.
Os insetos do sexo masculino vivem cerca de 18 meses, enquanto os do sexo feminino sobrevivem por mais ou menos 30 meses.

ELES ANDAM AÍ. VAMOS ESTAR MAIS ATENTOS PARA OS CONSEGUIRMOS OBSERVAR.







domingo, 3 de junho de 2012

ESCOLOPENDRA

Nome científico: Scolopendra cingulata

CARATERÍSTICAS FÍSICAS:

Em adulta, castanha, castanha-avermelhada ou castanha-amarelada com a região posterior dos tergitos (placa dorsal de cada um dos segmentos do corpo) escurecida. Os juvenis são mais amarelados com a cabeça alaranjada e a zona escurecida dos tergitos azulada. É possível encontrar adultos com a coloração típica de juvenil pois esta espécie apresenta algumas variações de tonalidades. Antenas amarelas a laranja com 17 a 21 segmentos. O primeiro segmento do corpo e o último par de patas são frequentemente mais alaranjados que os restantes. Quatro ocelos (olhos) de cada lado da cabeça por trás das antenas. Possui 21 pares de patas com o último claramente mais robusto e espinhoso.
Pode atingir até 15 cm de comprimento.


REGIME ALIMENTAR:


Alimenta-se essencialmente de outros artrópodes (insetos e aranhas) que mata injetando veneno, através de forcípulos (apêndices) localizados na cabeça. Para presas maiores usa as patas traseiras para agarrar a presa e torcendo-se injeta o veneno.


HABITAT:

Este animal prefere os montados, prados, terrenos baldios. Encontra-se facilmente debaixo de pedras em locais quentes e pedaços de tronco de árvore em decomposição.


REPRODUÇÃO:

A reprodução destes animais é sexuada, com fecundação interna, em que o macho deposita as suas células sexuais no corpo da fêmea, que as absorve. A fêmea escava um pequeno buraco para por os ovos e guarda-os até à eclosão.


CURIOSIDADES:

É a maior espécie de centopeia de Portugal e da Europa.
Apesar de não serem muito agressivas são venenosas. O veneno é semelhante ao dos escorpiões, ou seja, é bastante doloroso mas não é particularmente perigoso para os humanos, embora em alguns casos possa desencadear reações alérgicas graves, que deverão ter acompanhamento médico.
O melhor é termos cautela com estes amiguinhos.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

ATIVIDADE DE IDENTIFICAÇÃO DE VESTÍGIOS DA VIDA ANIMAL

No passado dia 26 de Maio, deslocámo-nos ao Monte Galeão a fim de participarmos numa atividade que tinha como principal objetivo aprender técnicas de identificação de vestígios de animais que lá habitam e que nem sempre são facilmente observáveis. Esta iniciativa só foi possível graças à experiência, paixão e disponibilidade do Professor Pedro Gomes, da Universidade do Minho e à colaboração da Engenheira Leonor Cruz, do Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental de Viana do Castelo, que desde o início nos têm acompanhado no nosso trabalho de investigação relativo ao estudo de espécies animais do Monte Galeão. A eles deixamos aqui o nosso agradecimento, aguradando por mais iniciativas deste género.








sábado, 26 de maio de 2012

COELHO-BRAVO

 Nome científico: Oryctolagus cuniculus

CARATERÍSTICAS FÍSICAS:
O seu pelo é de uma cor pardo acinzentada terrosa, mais escura na cabeça do que no dorso, à exceção do ventre e da parte externa das coxas que são brancos. As orelhas, medindo entre 6,5 a 7,5 cm, são acinzentadas na metade posterior (da mesma cor que o resto do corpo na parte anterior) e os pêlos do bordo anterior são esbranquiçados. À volta dos olhos apresentam um círculo claro mal definido. Os bigodes são castanhos e pouco compridos. A cauda é cinzento acastanhada na parte de cima e branca por baixo, formando um pequeno tufo com 4 a 6 cm. As patas posteriores são alongadas, podendo ter 8 a 9 cm, de cor parda acinzentadas claras, apresentando uma risca branca larga. As unhas são grandes e afiadas fundamentais na escavação de tocas e em situações de fuga.
Esta espécie não apresenta dimorfismo sexual, pelo que somente se faz a distinção pela observação direta dos órgãos sexuais, embora as fêmeas tendam a ser mais compridas e pesadas.
Em Portugal encontra-se em todas as regiões do continente, bem como nos Açores e na Madeira, o­nde foi introduzido pelos navegadores portugueses.

REGIME ALIMENTAR:
Pode-se dizer que os coelhos não são esquisitos no que toca à alimentação, servindo-se daquilo que o meio lhe oferece (rebentos e outras partes tenras das plantas, cereais enquanto estes não estão maduros). Quando a vegetação herbácea escasseia, as raízes, rebentos e cascas de árvores são a base da alimentação.
HABITAT:
O habitat preferencial do coelho é aquele o­nde exista alimento em quantidade suficiente e vegetação protetora. Tem preferência por zonas de paisagem diversificada e fragmentada, com parcelas agrícolas, de pastagem, de matos, que forneça alimento, abrigo contra as condições atmosféricas adversas e predadores.
É bastante sociável vivendo em colónias (diminuindo o risco de predação). Constrói tocas comunitárias com profundidade entre os 0,5 e os 1,50 metros, constituídas por numerosas e extensas galerias ligadas entre si com várias entradas e saídas. A distribuição das tocas e das entradas e saídas está relacionada com o tipo de solo, de relevo, da água, da presença de árvores, da disponibilidade de alimento. Existe alguma preferência por locais com arbustos mais altos e por zonas próximas de árvores pois as suas raízes favorecem a agregação do solo, diminuindo a probabilidade das tocas ruírem.

  
REPRODUÇÃO:
Os coelhos têm tocas específicas para os partos (normalmente situadas perto das tocas das colónias) a uma profundidade de 50 cm a 1 metro, que são construídas cerca de dois dias antes do parto. A preparação destas tocas é da responsabilidade da fêmea. No fundo destas tocas ela coloca ervas, folhas secas e pelos que arranca do seu próprio ventre. As crias permanecem aí durante 19 a 21 dias, passando então para as tocas de habitação das colónias. Passado seis meses após o parto, os juvenis tornam-se adultos.
Em média as fêmeas realizam 3 a 5 partos por ano, e a ninhada pode ser constituída por 1 a 7 láparos (que nascem cegos, surdos e sem pelo) com cerca de 60 grama cada. Num ano normal, uma fêmea pode gerar, em média, 15 a 20 láparos.
O macho delimita o território da colónia e é responsável por expulsar os intrusos. Um macho pode ter várias fêmeas (espécie poligâmica) e têm a capacidade de poder reproduzir-se em qualquer altura do ano, caso ocorram condições favoráveis de clima e alimentação. A taxa de reprodução máxima é verificada nos meses de janeiro a maio e normalmente durante os meses de julho e setembro não se reproduzem devido ao clima e falta de alimento.
CURIOSIDADES:
O coelho é um animal cauteloso, não se afastando muito dos trilhos definidos e a vigilância é realizada por todos. Não vê bem em frente, mas a audição é excelente bem como o olfato (daí os movimentos constantes do nariz). É vulgar ver os coelhos em alerta, erguidos sobre as patas traseiras, com as anteriores pendentes, e ao mais pequeno sinal de perigo, batem com as patas traseiras no solo produzindo um som de alarme (os restantes membros da colónia fogem para os abrigos mais próximos).
Costumam fazer também tocas de recurso mais ou menos dispersas junto a locais de alimentação e locais de repouso ao ar livre, o­nde se estendem ao sol, abrigados do vento e escondidos pela densa vegetação.

RATO-DO-CAMPO

Nome científico: Apodemus sylvaticus



CARATERÍSTICAS FÍSICAS:

 O seu dorso é de tom pardo-amarelado, com alguns veios avermelhados, e o ventre é branco-acinzentado. As suas orelhas são grandes e sobressaem de modo conspícuo da pelagem; os olhos redondos, grandes e negros são muito proeminentes; as patas posteriores são, comparativamente ao resto do corpo, muito grandes, sendo o comprimento do pé nunca inferior a 1,6 cm.
O comprimento do seu corpo varia entre 7,6 e 11,2 cm, sendo a cauda tão comprida como a cabeça mais o corpo. Esta é desprovida de pelo e possui 130 a 180 anéis. O peso médio deste animal varia entre 25 e 40 g.


REGIME ALIMENTAR:

O seu regime alimentar é muito variado, podendo considerar-se uma espécie omnívora e oportunista, consumindo aquilo que, em determinado momento, é mais acessível ou abundante. Geralmente a base da sua dieta são bagas, frutos, sementes (castanhas, bolotas, pinhões, etc.), podendo consumir também caracóis, minhocas e insetos.


HABITAT:

O rato-do-campo encontra-se em todo o território, ocupando uma diversidade de habitats, que inclui praticamente todo o tipo de bosques, zonas de mato, sistemas dunares, pradarias de erva alta, áreas agrícolas e até zonas suburbanas.
Normalmente escava a própria toca, que é pouco profunda, possuindo uma entrada, uma câmara para o ninho e outra para armazenar comida.

REPRODUÇÃO:

Em zonas mais frias, a reprodução decorre nas estações mais quentes, normalmente entre março e setembro. No entanto, em zonas com maior influência mediterrânica reproduz-se praticamente ao longo de todo o ano.
A gestação dura entre 25 e 26 dias e durante o período reprodutor anual uma fêmea pode produzir três ninhadas, que variam normalmente entre 4 e 7 crias. Estas nascem cegas e sem pelo, mas desenvolvem-se rapidamente. O desmame ocorre passados 21 dias e alcançam a maturidade sexual ao fim de poucas semanas. Os cuidados parentais são prestados exclusivamente pela fêmea, que pode iniciar uma nova gestação logo após o nascimento de uma ninhada. Vivem geralmente entre 18 e 20 meses.

CURIOSIDADES:

Os seus principais predadores são carnívoros de pequeno e médio porte, com destaque para a gineta (Genetta genetta). Fazem também parte da dieta de diversas aves de rapina e algumas cobras.
Durante as noites de lua cheia, tanto o nível de atividade como os deslocamentos são mais reduzidos, o que pode ser interpretado como um mecanismo de defesa anti predadores. Há também algumas evidências que apontam para o facto desta espécie se orientar pelo campo magnético.
Esta espécie é dificilmente observável, devido aos seus hábitos noturnos e ao seu caráter esquivo. Uma vez que muitas vezes se desloca aos saltos, as suas pegadas ocorrem em grupos de 4.
Os seus dejetos são pequenos, cilíndricos, de coloração castanho-clara e medem cerca de 0,4 cm de comprimento.
É portador de diversos agentes patogénicos, mas não é considerado um fator de ameaça para animais domésticos ou para a saúde pública, contudo todo o cuidado é pouco, devendo-se ter especial atenção à ingestão de alimentos que tenham estado em contacto com este animal.

SALAMANDRA-DE-PINTAS-AMARELAS

 Nome científico: Salamandra salamandra

CARATERÍSTICAS FÍSICAS:
A salamandra apresenta o corpo revestido por pele lisa e brilhante, preta com manchas amarelas em número variável. Podem também ter pontuações vermelhas. A cabeça grande e aplanada, de contorno arredondado. Glândulas parótidas grandes e com poros escuros bem visíveis, olhos relativamente proeminentes, em posição lateral. Corpo robusto com sulcos nos flancos e uma fileira de poros glandulares em cada lado da linha média vertebral.
O comprimento do corpo deste animal varia entre 14 e 17 cm, embora raramente possa ultrapassar os 20 cm. As fêmeas podem ser maiores do que os machos, mais robustas e com a cauda proporcionalmente mais curta.
REGIME ALIMENTAR:
A alimentação desta espécie é constituída por invertebrados terrestres. As larvas são muito vorazes e alimentam-se de insetos aquáticos, crustáceos, pequenos vermes e larvas de outros anfíbios ou mesmo da mesma espécie.


HABITAT:

A salamandra habita preferencialmente zonas montanhosas, húmidas e sombrias, com elevada precipitação anual, como bosques caducifólios próximos de ribeiros ou charcos.

REPRODUÇÃO:

O período reprodutivo ocorre de setembro a maio. O acasalamento ocorre em terra. É uma espécie ovovivípara que deposita diretamente as larvas (20 a 40) no meio aquático e, algumas populações chegam a depositar os juvenis já metamorfoseados. A metamorfose dura entre dois e 6 meses. Os juvenis, com coloração já semelhante à dos adultos, são menos sedentários, podendo realizar deslocações consideráveis. A Maturidade sexual é atingida aos 3, 4 anos e a longevidade conhecida na natureza é de 20 anos, embora, em cativeiro possa viver até 50 anos.

CURIOSIDADES:
A salamandra é um animal de hábitos noturnos, sedentários e totalmente terrestres, procurando meios aquáticos apenas para depositar as larvas. A sua atividade anual está concentrada apenas nos períodos mais húmidos. Apresenta locomoção lenta, pelo que é uma das espécies mais atropeladas.
Certos mitos apontam erradamente que elas viverem no fogo, que é o primeiro animal a comer os mortos, que por onde passa, queima as plantas, etc...Não acreditem.
Fonte: charcoscomvida.org

terça-feira, 17 de abril de 2012

O ESQUILO-COMUM


Nome científico: Sciurus vulgaris

O esquilo comum, também conhecido por esquilo vermelho (Sciurus vulgaris), é o único roedor arborícola com hábitos diurnos em Portugal. Este animal é muito comum em toda a Eurásia.

CARATERÍSTICAS FÍSICAS:
O esquilo-comum tem um comprimento típico de 19 a 23 cm (excluindo a cauda), uma cauda entre 15 e 20 cm de comprimento e um peso entre 250 e 340 g. Não apresenta dimorfismo sexual, pois machos e fêmeas têm o mesmo tamanho. Pensa-se que a longa cauda do esquilo o ajuda a manter o equilíbrio e postura quando salta de árvore em árvore e corre ao longo de ramos, podendo também ajudar o animal a manter-se quente durante o sono.
A cor da pelagem do esquilo-vermelho varia com a estação e a sua localização com pelagem castanho-avermelhada (no Verão) ou castanho-escura (Inverno). Apresenta orelhas grandes com um tufo de pêlos nas extremidades e olhos bem visíveis. A sua cauda é longa e em forma de penacho. O ventre é mais claro, geralmente branco. As patas posteriores são fortes e possuem garras compridas

REGIME ALIMENTAR:

Consomem cogumelos e outros fungos, raízes e flores, insectos, minhocas e ovos retirados do ninho de aves. Além de serem muito ágeis também são extremamente engraçados. Normalmente habitam o cimo das árvores andando de ramo em ramo, mas de vez em quando descem ao solo. Nestas alturas se são surpreendidos a sua técnica de evasão é dirigirem-se para uma árvore próxima e subirem um pouco do tronco e depois escondem-se literalmente atrás do mesmo, de onde podem continuar a trepar a árvore de modo que o intruso o perca de vista.
Um dos vestígios da sua presença é a pinha roída e as suas escamas espalhadas no chão.


HABITAT:

É facilmente observavel em alguns pinhais e parques de zonas rurais e até urbanas (cidades e vilas) e a sua cauda felpuda torna-o inconfundível. É bastante comum no norte do país embora tenha o estatuto de raro. No entanto ainda não é considerada uma espécie em vias de extinção. Contudo, encontra-se protegido na maior parte da Europa por se encontrar listado no Apêndice III da Convenção de Berna para a Conservação da Vida Selvagem e Habitats Naturais Europeus; também se encontra listado como espécie quase ameaçada na Lista Vermelha da IUCN (International Union for Conservation of Nature). A sua procura/captura deve-se à sua pelagem, que em tempos foi utilizada como moeda de troca.
Normalmente habitam o cimo das árvores andando de ramo em ramo, mas de vez em quando descem ao solo. Nestas alturas se são surpreendidos a sua técnica de evasão é dirigirem-se para uma árvore próxima e subirem um pouco do tronco e depois escondem-se atrás do mesmo, de onde podem continuar a trepar a árvore de modo que o intruso o perca de vista.


REPRODUÇÃO:

O acasalamento pode ocorrer no final do Inverno, durante Fevereiro e Março, e no Verão, entre Junho e Julho. Uma fêmea pode originar uma a duas ninhadas por ano; cada ninhada tem normalmente três ou quatro crias mas pode ter até seis. A gestação dura 38 a 39 dias. A mãe toma sozinha conta das crias, que nascem indefesas, cegas e surdas e pesando entre 10 e 15 g. O seu corpo encontra-se coberto de pêlo após 21 dias, os olhos e ouvidos abrem após três ou quatro semanas e desenvolvem todos os seus dentes até aos 42 dias. Os jovens esquilos conseguem comer alimentos sólidos após 40 dias, podendo após este tempo abandonar o ninho e encontrar comida por meios próprios; são no entanto amamentados até às oito a dez semanas.

                                                    
CURIOSIDADES:

Esta espécie, armazena alimentos, enterrando-os no solo, formando autênticas dispensas ou escondendo-os em buracos nas árvores.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

A FUINHA

Nome científico: Martes foina

A fuinha , é um mamífero de pequeno porte, pertencente ao grupo das martas. Este animal habita toda a Europa continental, exceto Escandinávia, e algumas ilhas do Mediterrâneo. Em Portugal é comum em todo o território embora a sua população seja desconhecida. É uma espécie não ameaçada de extinção.

CARATERÍSTICAS FÍSICAS:

Este carnívoro de pequeno tamanho mede entre 40 a 50 cm, com cerca de 25 cm de cauda e pesando entre 1,1 e 2,5 kg. As fêmeas são sempre menores que os machos. O corpo é alongado e elegante e a cauda comprida e espessa. As patas são relativamente curtas e terminam em cinco dedos com garras fortes não retracteis. A sua pelagem é em tons de castanho, com uma mancha branca ou amarelada na zona do peito, garganta e membros anteriores.

REGIME ALIMENTAR:

É um predador oportunista que se alimenta de uma grande variedade de roedores, pequenos répteis, aves e seus ovos. Também consome insetos, frutos e bagas e desperdícios humanos. Este animal tem por hábito guardar as sobras das refeições junto da toca, para consumo posterior em períodos de escassez.

HABITAT:

A fuinha é um animal solitário, de hábitos noturnos e raramente visto pelo Homem. Cada indivíduo necessita de uma área entre 2 a 3 km² para procurar alimento. As fuinhas são excelentes trepadoras de árvores e no chão deslocam-se em pequenos saltos.

REPRODUÇÃO:

A época de reprodução decorre durante o Verão, mas a implantação do óvulo no útero da fêmea é retardada até à Primavera seguinte. A gestação propriamente dita dura em média cerca de 30 dias e resulta em 3 a 7 crias. Os juvenis recebem os cuidados parentais apenas da fêmea. A partir dos dois meses os juvenis começam a acompanhar a progenitora nas suas saídas em busca de comida, tornando-se independentes pouco depois. A maturidade sexual é atingida entre os 2 a 3 anos e a esperança de vida máxima, registada em cativeiro, é de 18 anos.

CURIOSIDADES:

As fuinhas tem um papel ecológico fundamental no controlo das populações de roedores nas áreas rurais. É um dos poucos carnívoros de pequeno porte que ataca ratazanas directamente; mesmo as doninhas, que são maiores, evitam confrontos com este roedor. Apesar desta importância, são vistas frequentemente como uma peste pelos ataques que por vezes realizam em galinheiro. De um modo geral, a fuinha adapta-se bem à presença humana e podem ser comuns em vilas ou mesmo cidades.